Das coisas (des)importantes: falemos.
Autor: Rui do Jazz
Autor: Rui do Jazz
Desaprender o que é tempo e aproveitar o tempo. Saber o que é tempo é negá-lo. Quem nega o tempo, nega o ócio, faz negócio. Horácio. Hora e ócio (brilhante leitura de Vicentis Golfetus). Horácio = Hora e Ócio. Por isso, talvez, Horácio tenha sido poeta. O estranho que a palavra poeta vem do verbo grego poieo (fazer). O homem que dedicava suas horas ao ócio fazia algo. Intrigante isso, para não dizer... que cuzão!
Conversando sobre Horácio, numa tarde úmida de verão, sentia que... que... estava quente. Encerrei o assunto. Falei do tempo.
(Rápida reprodução verossímil e sintética do evento)
_ Como a vida passa, não?
_ É verdade.
_ E esse calor, que coisa maluca!
_ Nem me fale. Não consigo dormir sem ventilador (...)
Sejamos simples: Papinhos e calor = refrescar as ideias
Outra coisa: Ambos perdemos tempo aqui. Eu que escrevo e você que lê. Agora que leu até aqui, não vai se queixar de ler o que Horácio escreveu:
Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques, et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques, et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
Tradução
Não interrogues, não é lícito saber a mim ou a ti
que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes
os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for,
quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último
apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras
vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo
poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada
a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir.
que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes
os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for,
quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último
apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras
vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo
poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada
a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir.
Como aceitar o tempo, meu dileto poeta? Como beber vinho com 33 graus Célsius?
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