Da Sangria do Tempo
Autor: Ignácio Robledo Ui
Nesses tempos tropicais, el niños e niñas zumbindo a dança das chuvas e as gotas escorrendo pelos maxilares, olhos vermelhos e o corpo pedindo tempo. Dos meus antepassados sangrados até a última gota e experiências pouco metódicas deixo uma receita esses dias.
A Sangria:
Com um punhal faça um golpe certeiro nessa bolha envolvente do tempo, abrindo uma rota de fuga, um corte na pele, deixando vazar o vermelho por entre os dedos, ó tempo, que de gole em gole nos embebeda e turva a jarra que já deve estar à mão.
Corte pedaços de abacaxi pérola, pedaços de maçã verde, pedaços de pêssego em calda, pedaços de laranja descascadas com amor. Sim, com amor, se é que me entendem. Outras frutas a gosto, tudo colocadas na jarra e vinho escorrendo pelas encostas de vidro até a metade, completada com Sprite ou água com gás.
Faça quantas quiser. Acompanhe com o que lhe satisfaça, um nome, um conceito, um discurso, queijos, carnes ou sexo.
Afinal de contas , o que é isso?
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